10 Mandamentos?

Então… Por mais que os dez Mandamentos sejam conhecidos como mandamentos (ou ordenanças), existe uma controvérsia sobre isso.
A controvérsia se dá por termos uma linha de pensamento que acredita que são dez princípios, enquanto outros acreditam que são dez leis.

Já adianto que não pretendo resolver essa controvérsia.

Bem, então vamos lá.

Particularmente, vejo os dez Mandamentos como estatutos e na conta, acabam passando de 10… Sim, na minha conta passam de dez. Mas um certo dia, assisti a uma playlist da PragerU e concordei com a forma como eles foram apresentados.

Segundo o autor dos vídeos ele apresenta a divisão adotada pelos judeus, principalmente por que é a versão mais antiga de interpretação deles.

Assim sendo, vou seguir a divisão citada por ele para falar sobre, mesmo que entre o que eu acredito e o que ele fale existam algumas singelas diferenças.

Mas antes de apresentar os estatutos, primeiro eu preciso explicar por quê os vejo assim.

Mandamento é taxativo. Você recebeu um mandamento, você o cumpre. Pronto. Simples assim. “Missão dada é missão cumprida”.

Princípio já tem uma conotação mais direcional. Visa guiar as pessoas em uma direção.

O grande problema de um princípio, é que ele depende que as pessoas compreendam suas razões para que façam efeito.

Ah… Mas tem um mandamento que diz claramente: “não matarás”. Isso é uma ordem direta! Eu concordo, mas por quê isso está ali?

Bem… No próximo post eu explico mais…

As consequências dos 10 mandamentos

Podemos abordar este tema por vários pontos de vista diferentes, mas quero destacar apenas dois: o teológico e o histórico. Sendo que neste post, meu foco maior será no segundo.

Teologicamente falando, os Dez Mandamentos vieram para consolidar o propósito de uma vida segundo a vontade do Deus verdadeiro.

Existem muitas outras implicações teológicas para a promulgação deles, mas não é o foco no momento.

Historicamente, podemos dizer que foi revolucionário na história de toda a humanidade. Em resumo, toda a sociedade judaico-cristã-ocidental só se tornou possível e viável a partir dos conceitos fundamentais encontrados nos Dez Mandamentos.

O mundo à época em que foram ditos, era composto basicamente de povos que utilizavam a religião para explicar os fenômenos naturais, sendo o politeísmo a marca comum a todas elas, embora sempre houvessem existidos povos monoteístas, estes eram uma minoria e não possuíam representatividade na civilização humana.

Os padrões morais e éticos de cada sociedade eram baseados no conceito de deus (ou deuses) que ela adotava, podendo variar dentro de uma mesma sociedade, de acordo com o deus ao qual a pessoa se devotava.

Assim, conceitos como supremacia entre povos eram extremamente comuns e motivavam inúmeros conflitos entre eles. Basta estudar um pouco de história antiga que vemos povos subjugando outros sem “motivo” algum.

O monoteísmo possui como preceito que há um Deus acima de todos e é nEle em que nossa moralidade e éticas estão alicerçadas, fazendo com que todos os homens sejam iguais e que nenhum princípio humano pode ser mais alto ou sublime que os princípios divinos.

Sendo este Deus, portador de toda moralidade e ética ao qual a humanidade deve seguir, dotado de três atributos que o definem: onisciência, onipresença e onipotência. Podemos assumir que temos um ser que está acima de tudo e de todos, sendo capaz de conhecer cada passo que damos e sendo o único capaz de nos condenar e esta certeza nos faz ser policiais de nossos próprios comportamentos e, a medida que compreendemos seus princípios, cada vez mais santificados.

O contexto dos 10 mandamentos

Haviam três meses que o povo de Israel havia saído do Egito quando Deus falou ao povo os 10 mandamentos. O Êxodo e o tempo no deserto são fatores importantes para o acontecido.
Quando Moisés ia ter com Faraó para pedir a liberação do povo, ele sempre falava para liberar o povo para adorar a Deus no deserto. Isso me chamou muito a atenção. Ele poderia dizer a Faraó para liberar o povo para ir para a terra que Deus os havia prometido. Mas não, todas as vezes que ele esteve perante Faraó, ele disse para liberar o povo para adorar a Deus no deserto.
Este fato, explica o porquê Faraó sempre pareceu liberar e depois voltava atrás. Pois o mesmo sempre questionava quem havia de ir.
Eu poderia também me alongar para inserir uma significância ao intervalo de tempo entre a saída e a entrega dos mandamentos, mas não acrescentaria muito ao meu objetivo. O importante é compreender que não foi imediatamente, o povo ainda precisava conhecer um pouco mais sobre Deus para poder estar apto a ouvir-lhe a voz.
Tanto é que quando Deus fala com Moisés que queria falar ao povo ele disse: “Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim;
Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha.
E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel.” – Êxodo 19:4-6
Eu entendo que era necessário que o povo estivesse afastado do Egito, para que se sentisse “próximo a Deus”.
Outra coisa muito importante que Deus fala a Moisés é: “Eis que eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando eu contigo, e para que também te creiam eternamente.” – Êxodo 19:9.
O que eu mais gosto desta fala é que Deus por mais uma vez afirma seu compromisso com o servo dEle. Reforçando a confiança e instigando ao povo a confiar em seu escolhido.
Neste ponto insiro a minha reflexão: “Guiar o povo para próximo a Deus, ao ponto de ouvirem sua voz tinha que ser a direção e maior objetivo de nossos líderes.”

Introduzindo ao novo tema.

Certa vez entrei em um debate teológico sobre a Bíblia com um amigo seminarista que quase acabou com nossa amizade. Qual o assunto? A importância do Antigo Testamento.
Graças a Deus nosso debate, por mais acalorado que tenha se tornado, chegou a um final feliz (fortaleceu nossa amizade). Porém, fez com que eu tomasse como certo que aquele seminário não era para mim.
Em primeiro lugar, gostaria de ressaltar que sou defensor da ideia de livre interpretação da Bíblia, tanto no aspecto teológico quanto no aspecto organizacional. Contudo, reforço a ideia de que um texto fora de contexto serve de pretexto para ações duvidosas.
Isto posto, não é minha intenção criticar ou menosprezar quaisquer seminários e/ou visões teológicas-doutrinárias, visto que na minha concepção (e aqui me aproprio do slogan da escola de idiomas Luziana Lanna): “pessoas diferentes precisam de métodos diferentes”.
O fato que me fez crer que tal seminário não era para mim é que algumas pessoas que estudaram lá defendiam que após a Nova Aliança o Antigo Testamento era apenas “informativo” e que tudo o que precisamos para sermos cristãos está no Novo Testamento.
Minha visão é quase que o oposto. Creio que as bases de nossa vida cristã está no AT e o NT é quem nos mostra como viver aos preceitos que Deus estabeleceu para nós antes da história. É meio como se no AT fosse o manual de instrução e o NT fosse um tutorial.
Esse apontamento pode gerar discussão e divergências entre muitos cristãos, mas ao final, o objetivo desse ponto de vista é corroborar que toda a Bíblia é necessária e útil para cada cristão, a cada época, em todo o tempo.
Bem, este post é uma introdução ao segundo tema que mais gosto de falar: “os Dez Mandamentos”. Que abordarei nas próximas postagens nesta minha retomada de atualizações.
Pretendo organizar meus posts da seguinte forma: “O que motivou meu estudo a respeito dos Dez Mandamentos”, “O contexto em que ele foi citado”, “As consequências de sua existência” e finalmente uma singela explicação sobre o que cada um representa para o cristão dos dias atuais.
Espero ter companhia nesta jornada. Estejam a vontade para debater, criticar e argumentar. Até a próxima.

Epístolas Universais

Epístolas Universais

Quais são? Quem as escreveu? Para quem foram escritas? Quais ensinamentos contém? Tudo isso e muito mais na escola dominical…

Epístolas Universais são cartas destinadas a toda comunidade cristã espalhada pelo mundo. Diferentemente das Cartas Paulinas que foram direcionadas as igrejas as quais ele havia passado. As epístolas universais se tornaram como circulares que passavam de igreja em igreja a fim de aperfeiçoar os cristãos na fé.
Tais epístolas são: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e Judas.

Já falamos sobre Hebreus, então vamos prosseguir diretamente para Tiago.

A epístola de Tiago é marcante pois seu autor utiliza-se de métodos bem práticos para exortar aos cristãos como se deve portar perante a sociedade e a igreja. Mesmo citando o nome de Jesus apenas duas vezes em todo o texto, Tiago transcreve os ensinos de Jesus com muita clareza, admoestando ao povo sobre diversas coisas como: amor fraternal, o produto da fé, o refrear a língua, o verdadeiro significado da sabedoria, a diferença entre mundo e igreja, fofoca, ansiedade, enriquecimento ilícito e paciência.
O Autor, segundo a tradição cristã, é Tiago, irmão de Judas, filho de Maria. Seu escrito demonstra grande conhecimento semítico e um domínio incomum no idioma helenístico, utilizando-se de métodos de grandes mestres judeus para escrever um texto em perfeito grego.

O autor das epístolas de Pedro dispensa comentário, Pedro é simplesmente o discípulo mais conhecido dos doze. O conteúdo da carta é apresentado de uma forma muito literária, com um grande domínio desta forma de escrita, por isso, acredita-se que Silas (Silvano) tenho feito uma transcrição dos ensinos de Pedro a pedido deste. As duas cartas possuem o mesmo objetivo que é exortar o povo a viver uma vida cristã, porém elas diferem sobre sua aplicação. Enquanto na primeira, Pedro se preocupa em aconselhar o povo no viver cristão, na segunda ele se preocupa em mostrar os perigos que nos rondam e como nos defender deles.
A 1ª carta de Pedro versa sobre os seguintes assuntos: A nova esperança oriunda da regeneração; Conselhos e recomendações; exortação a vida cristã exemplar e conselho aos anciãos e aos jovens.
A 2ª carta trata os seguintes temas: as consequências de se conhecer a Deus; a palavra profética; falsos mestres; justiça divina; características de falsos profetas; a certeza da volta de Jesus e exortações a fidelidade.

Assim como as epístolas de Pedro, o autor das Epístolas de João dispensa comentários. João é o apóstolo do amor. O objetivo de João aos escrever suas cartas é o de proteger a pureza dos ensinos de Jesus, para isto, em sua primeira epístola ele usa o recurso da redundância (não entenda como pleonasmo), pois ele utiliza-se das três sessões que se divide seu sermão para reforçar uma ideia principal. Qual ideia seria essa? O verbo da vida.
João repete de forma resumida o início de seu evangelho, apresentando a Jesus como Deus e o próprio verbo da criação. Partindo desta verdade, João discorre sobre as características de Deus e nossa realidade perante elas.
A segunda epístola de João nos incita a permanecermos na luz e a ter cuidado com os enganadores.
A terceira é a mais prática de todas e nela João é direto ao elogiar a Gaio e Demétrio e a demonstrar a fraqueza de caráter de Diotrefes.

Juntamente com Obadias, a epístola de Judas encontra-se entre os livros mais desconhecidos da bíblia. Porém, demonstra o caráter de um servo que não teme confrontar falsos mestres. Judas foi irmão de Tiago, o mesmo Tiago conhecido como o Grande e autor da epístola. Ele inicia sua carta de forma imperativa, informando que ao cristão é obrigatório lutar pela sua fé e que a punição para os ímpios é real e provinda de Deus. De forma até rude ele alerta quanto aos falsos profetas, descrevendo a punição que lhes é devida e nos incitando a tentar salvar aqueles que estão a ser influenciados por estes.

Os Hebreus

Epístola aos Hebreus

O livro dedicado aos hebreus é sem dúvidas um dos mais bem escritos e estruturado de toda a Bíblia. Para quem conhece a minha forma de aplicação da Palavra de Deus, sabe que ele sem dúvidas é fundamental.
Mas o que em Hebreus é tão importante?
Antes de responder a essa pergunta, vamos descrever algumas informações sobre ele:
– Ele não foi redigido no gênero epistolar, embora assim seja classificado. Para que ele fosse, seria necessário ter apresentação formal do autor e indicação de destinatário. A única coisa que o classifica no gênero é a presença de um epílogo.
– Seu caráter é exortativo. O autor aos Hebreus a todo instante quer exortar aos seus leitores sobre as dificuldades e as armadilhas do viver.
– O livro discorre por toda a Bíblia, apresentando a Jesus como o sentido de todo o Antigo Testamento e a definição do Novo.

O escritor aos Hebreus demonstrou ser um profundo conhecedor da Palavra e compreendedor de todo o plano de salvação iniciado no Éden. Assim como João, ele destaca que Cristo estava com Deus e era Deus no princípio. A partir dessa apresentação ele faz um paralelo entre a representatividade de Jesus perante toda a realidade que o povo hebreu viveu. A cada instante em que ele esclarecia o plano divino, ele também exortava aos cristãos sobre o proceder correto daquele que escolheu seguir a Cristo.
Entre os paralelos apresentados, se destacam:
– O sacerdócio levítico x o sacerdócio de Jesus
– Os sacrifícios da primeira aliança x o sacrifício de Jesus
– As obras x a fé

O livro aos Hebreus é tão diferente de todos os outros, que não é possível saber a quem foi endereçado, ou qual igreja o recebeu primeiro. Sabe-se somente que Timóteo estava preso e que o autor presenciou sua libertação. Contudo a revelação apresentada no livro é uma clara evidência de sua inspiração e importância para o proceder cristão.

Então, está respondida a pergunta?

Epístolas Pastorais Paulinas

Epístolas Pastorais

Dentre as epístolas paulinas, existem algumas que se diferem das outras, por seus conteúdos serem direcionados a uma única pessoa ao invéz de oferecerem subsídio teológico para a comunidade cristã.
Estas epístolas são: 1º e 2º Timóteo, Tito e Filemom.

Tais epístolas sofreram muitos questionamentos sobre sua veracidade e aceitação no cânon do novo testamento, as prováveis razões para isso são:
– Falta de informações históricas: Quando Paulo esteve em Creta? De onde Paulo as escreveu? Como encaixá-las em Atos?
– Divergências eclesiásticas: Desinteresse no governo eclesiástico; o uso flexível dos termos bispos e presbíteros.
– Divergências liguísticas: vocabulário diferente do usado por Paulo em suas outras cartas.

Conteúdo das cartas pastorais.

Timóteo

Sendo Timóteo um jovem a quem Paulo se afeiçoou muito quando esteve em Listra, Paulo passou a contar com a sua ajuda durante praticamente todo seu ministério. Vislumbrando o crescimento pastoral de Timóteo na comunidade cristã, Paulo escreveu a primeira carta com o intuito de instruí-lo sobre a organização da instituição igreja e a respeito de normas de vida e conduta cristã.
A segunda carta de Paulo demonstra a perocupação do apóstolo com a vida espiritual de seu liderado, assim como prevê diversas condutas contrárias ao evangelho que podem se instaurar na igreja e como combatê-las.

Tito

Tito converteu-se ao cristianismo durante a passagem de Paulo em Antioquia e como seu seguidor, foi incubido de organizar algumas igrejas como as de Corinto, Creta e Dalmácia.
Esteve junto a Paulo durante a reunião dos apóstolos, embora não seja citado em Atos.
Tito se relaciona com Timóteo em conteúdo, porém acrescenta-se a preocupação com a aplicação e manutenção do evangelho, instruções sobre justificação e salvação pela graça, assim como a ação transformadora do Espírito Santo.

Filemom

Filemom era um homem rico que se converteu ao cristianismo. Ele possuía um escravo chamado Onésimo que fugiu e durante sua fuga converteu-se ao cristianismo.
Esta carta é diferente de todas as outras, sejam elas as instrucionais ou pastorais, pois ela possui um único objetivo: apresentar Onésimo como um irmão em Cristo, arrependido por sua fuga e disposto a sofrer o castigo referente a sua fuga.
Contudo, Paulo intercede pelo escravo usando a lei do amor para que ambos se considerem irmãos em Cristo, ao invés de senhor e escravo.

O que é Louvor?

 

Para quem viveu nas décadas de 80 e 90, Louvor era um grupo de música gospel que tinha músicas revolucionárias para a época, mas não é disso que estou falando…

De onde vem essa expressão “Louvor” que por tantas vezes é citada na Bíblia?

Segundo o dicionário:
louvor
substantivo masculino
1. ato ou efeito de louvar(-se).
2. celebração ou manifestação honrosa; homenagem, louvação.

louvar
verbo
1. transitivo direto e pronominal
enaltecer (alguém ou a si próprio) com palavras; dirigir louvores a; elogiar(-se).
2. transitivo direto e pronominal declarar(-se) digno de aprovação, aplauso; aprovar(-se).

Podemos dizer então que louvor é exaltar a ação de alguém.
Como cristãos, dedicamos nosso louvor a Deus, mas como estamos falando de música, surgem duas perguntas:
“Todo louvor a Deus é em formato de música?” e “Toda música cristã é em louvor a Deus?”
Posso dizer com certeza que a resposta para as duas perguntas é a mesma: “NÃO!”
Acredito que a primeira todo mundo acerta, mas muitos se confundem com a segunda.
O louvor é uma ação, ou consequência de uma atitude que engrandece ou presta homenagem a ação de outrem, desta forma, podemos dizer que louvar a Deus não é simplesmente chegar ao altar de um templo e cantar, ou tocar um instrumento musical. Você pode passar sua vida inteira fazendo isso sem nunca ter louvado a Deus realmente. Se em sua oração você engrandece a Deus, se em suas ações as pessoas reconhecem a Cristo e a salvação que Ele nos deu, você está louvando a Deus. Se a música que você canta, exalta aquilo que Deus fez, então você está louvando a Ele através da música.
Quanto a outra pergunta, temos que examinar sua letra, pois a verdadeira mensagem dela estará descrita ali. Podemos seguir a mesma lógica da resposta a pergunta anterior, a música exalta os feitos de Deus? Se sim, ela é um louvor, se não, ela não é um louvor.
Mas, se a música cristã não é um louvor, o que mais ela pode ser?
A resposta será dada na próxima lição.

Os atos de Atos

O último texto apresentou a construção do livro de Atos, apresentando a motivação do autor e a forma como foi estruturada a narrativa. Hoje vamos falar sobre as histórias contidas no livro, porém, não irei discorrer sobre cada história e como aconteceu aqui no blog, apenas farei algumas citações e as contarei na Escola Dominical. Perdão a quem apenas lê este blog, mas garanto que valerá a pena ler as histórias por si mesmos.
Lembrando que o livro pode ser dividido em três partes e cada parte é definida por um acontecimento, não deixarei de citá-los aqui.
Toda estrutura de Atos é baseada no versículo oito do capítulo um: “… ser-me-ei testemunhas, tanto em Jerusalém, quanto em toda Judeia e Samaria e até aos confins da Terra…”.
Então, a marca do início da pregação em Jerusalém é o dia de Pentecostes, onde Pedro se levanta revestidos de autoridade e prega para quase 3 mil pessoas que se convertem e são batizados.
Após este fato, se seguiu:
– A cura do coxo na porta do templo;
– Pedro explica o que aconteceu;
– Pedro e João são presos e em seu julgamento são ordenados a não falarem mais de Jesus – Neste momento Pedro diz que mais vale obedecer a Deus que aos homens.
– O modo de vida dos cristãos – Ananias e Safira;
– Novamente os apóstolos são presos e Gamaliel apresenta sua tese.
– É instituída a diaconia.
Um dos mais notáveis diáconos é morto apedrejado – Estevão – iniciando a perseguição aos cristãos e dispensando-os pela Judeia e Samaria.
– Filipe inicia seu trabalho missionário em Samaria, Pedro e João vão visitá-lo e Filipe é enviado ao deserto para pregar ao Eunuco.
– Saulo se converte, inicia seu ministério em Damasco e é levado a Jerusalém, onde é defendido por Barnabé.
O início da pregação do evangelho “até aos confins da terra” inicia-se quando Pedro tem uma visão e é levado perante Cornélio. Este, um centurião romano, que estava curioso para conhecer a pregação do evangelho. Ao receber a Pedro e ouvir a mensagem, Cornélio e todos seus servos receberam o batismo com Espírito Santo, sendo posteriormente batizados nas águas.
– Herodes mata a Tiago irmão de João e prende a Pedro que é milagrosamente solto.
– Barnabé e Saulo são separados para missões.
– Primeira viagem missionária de Paulo.
– A discussão sobre a circuncisão dos gentios e o parecer de Tiago (irmão de Jesus).
– Segunda viagem missionária de Paulo – a separação entre ele e Barnabé.
– Terceira viagem missionária de Paulo – Paulo e Apolo
– Paulo em Jerusalém, sua prisão, defesa e apelo a julgamento por César.
– Paulo perante Felix, Festo e Agripa – momento em que Paulo seria solto se não tivesse apelado a César.
– Viagem de Paulo a Roma, o Naufrágio, a ilha de Malta e a prisão domiciliar.

As atividades dos enviados.

 

Hoje falaremos um pouco sobre o livro dos Atos dos Apóstolos, na verdade, teremos duas lições a respeito. A primeira será focada no contexto e numa visão mais técnica sobre o livro, a segunda terá seu foco no conteúdo do mesmo.
Diferentemente da maioria dos livros do Antigo Testamento que contam uma narrativa sequêncial (Pentateuco, Josué, Juízes, etc) no Novo Testamento, apenas Atos é a continuação de outro livro, o Evangelho segundo São Lucas.
Considerando que ambos os livros foram escritos por Lucas e endereçados a Teófilo, podemos concluir que este livro também foi escrito com foco para os cristãos não judeus.
Seu objetivo ao escrever este livro é divulgar e documentar a expansão do evangelho nos primóridos da igreja e ao contrário do que o nome diz, a menor parte deste livro encarrega-se de mostrar “os doze”, porém é mostrado com mais afinco os trabalhos de Pedro e principalmente Paulo, na divulgação do evangelho. De certa forma, a realidade do conteúdo de Atos se difere de seu título devido ao enorme foco em um apóstolo que nem mesmo era um dos “doze”, talvez seja por isso que nem mesmo na introdução e apresentação deste tratado, Lucas tenha se referido a ele como atos dos apóstolos, tendo o mesmo recebido este nome dos membros da igreja primitiva.
O livro é rico em detalhes e escrito com muita qualidade técnica. A narrativa alterna entre escrita em terceira pessoa e primeira pessoa do plural, visto que além de historiador, Lucas vivenciou diversos momentos da história narrada.
Podemos dividir a narrativa de Atos em três partes:
1 – A pregação do evangelho em Jerusalém: Esta parte narra a ascenção de Cristo, a organização inicial da igreja, o pentecostes, a vida dos cristãos e termina com a morte de Estevão.
2 – A pregação do evangelho na Judéia e Samaria – Com a morte de Estevão, a igreja começou a ser perseguida, sendo obrigada a expandir sua área de atuação, esta parte do texto descreve o início das atividades de Pedro e Filipe.
3 – Até aos confins da terra – Iniciando com a conversão de Paulo, que passa a ser o personagem principal do livro, a história começa a centrar-se na pregação do evangelho para os gentios não judeus, sendo que as principais incursões narradas neste contexto são as viagens missionárias de Paulo.